domingo, 27 de janeiro de 2008

O que é logística?

Definir de forma conceitual determinada atividade é um exercício comum no meio acadêmico. Eu particularmente tenho críticas a isto, obviamente não quanto ao entendimento a respeito, mas sim quanto a forma como as vezes o conceito é colocado acima da utilidade. De qualquer maneira um entendimento mais apurado sobre algo tão complexo quanto a Logística pode ser importante para os profissionais da área ou para quem quer (ou precisa) saber mais a respeito.

Várias definições técnicas do tema podem ser encontradas na literatura, seja por conceito de autores ou por entidades que representam os profissionais do segmento, mas prefiro me valer de uma "adaptação" que construí quando de minha pós graduação, baseado principalmente no pensamento de BOWERSOX & CLOSS (2001).

No meu modo de conceber a logística, duas questões são essenciais.

1. Entender os componentes (partes) do conceito de logística, que neste conceito são:

  • Transportes;
  • Sistema de Informações Logísticas;
  • Gestão de Materiais;
  • Armazenagem, manuseio, embalagem e expedição (logística interna);
  • Rede de instalações.

2. Compreender que só há logística quando estas partes trabalham de forma conjunta, coordenada e com os mesmos objetivos.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Logística 2008 - O que esperar (Parte 2)


Continuando a análise do post anterior, a outra grande preocupação que surge neste início de ano é do que vou chamar de "logística urbana", que na minha concepção significa a capacidade de realizar o fluxo de pessoas e produtos dentro de uma cidade.

O noticiário destes primeiros dias está repleto de notícias sobre problemas com a circulação de motos, falhas no serviço de metrô, concentração excessiva de veículos nas vias urbanas, etc.

Claro que sempre há um dose de exagero (ou sensacionalismo) na forma como as manchetes são publicadas na imprensa, visando chamar a atenção do leitos. Sabemos também que (infelizmente) nenhuma destas situações é nova, visto que se tornaram recorrentes aqui em nosso país.

Todavia, a cada ano que passa a situação se torna mais dramática e a grande preocupação é que em determinado ponto atingiremos um limite real nas operações de "logística urbana", comprometendo todo o sistema logístico, pois precisamos lembrar que muitos do produtos transportados pelos modais aéreo, rodoviário, ferroviário e aquaviário tem como destino final algum lugar dentro de uma cidade. O problema é que cada vez se torna mais complexo, desgastante, demorado e caro alcançar este ponto final.

Ações que garantam a agilização da "logística urbana" são, no meu entendimento, prioridade para garantir a eficiência do sistema logístico.

Seria interessante, para aprofundar a discussão, que os visitantes deste blog ponderassem sobre este ponto de vista, e contribuissem com sugestões para melhoria do fluxo logístico urbano.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Logística 2008 - O que esperar? (parte 1)




No início de todos os anos normalmente nos depararmos com opiniões sobre o que vai acontecer neste período, seja em forma de previsões ou de perspectivas traçadas por especialistas. É comum perceber isso nos meios de comunicação para tratar de esportes, política, economia, personalidades, etc.

E por que não analisar também qual o cenário da Logística brasileira nos próximos 12 meses?
Eis o pequeno desafio proposto e que tentarei responder de forma breve aqui.

São duas linhas de raciocínio que pretendo seguir. A primeira está relacionada a um contexto macro-econômico com grande participação da esfera governamental, a "Infra-estrutura".

Costumamos caracterizar o Brasil como um país deficitário e atrasado nesta área, que por vezes não é claramente identificada. Deixei o termo entre aspas justamente por isso.

Na minha concepção a "Infra-estrutura" tem duas vértices principais, que são a energia e a logística.

Pois bem, é público que há, no momento, uma insegurança quanto à capacidade do país em garantir o suprimento de energia necessário à manutenção de seu crescimento. E isto é um problema grave para a logística, pois se confirmando esta tendência, os já escassos recursos públicos destinados para "Infra-estrutura" deverão se concentrar no campo energético, deixando as questões logísticas como estradas, portos e ferrovias mais uma vez em segundo plano, gerando mais um ano de atraso e comprometimento da competitividade logística de nosso país (sobre isso recomendo a leitura do artigo que citei no post "A competividade logística brasileira").

Ainda neste contexto, é importante esclarecer que a geração de energia é vital para o país e que não pretendo criticar o governo por se preocupar com isso, apenas entendo que o problema energético se consistirá em um elemento negativo para a logística também.

No caso da crise energética não se confirmar, talvez tenhamos então um pouco mais de fôlego para avançar nas questões logísticas.

Todavia, mesmo em um cenário "menos negativo" é evidente que o Estado não tem capacidade suficiente para assegurar todos os recursos necessários à realização das melhorias que o país precisa no campo logístico, por isso a recente concessão de alguns trechos de rodovias federais é um alento, que espero sirva de modelo para novas iniciativas semelhantes, não só no que diz respeito às estradas, mas também para portos, aeroportos, ferrovias, etc.

Inclusive é necessário um parênteses para parabenizar o governo não só pela transferência da responsabilidade em si, mas pela forma como foi feita, priorizando o menor valor para o usuário final. Que este exemplo também se repita outras vezes.
(Porém sempre defenderei a tese que quando o governo repassa suas atividades para a inicitiava privada, ele precisa desonerar os usuários das obrigações [impostos] que lhe são cobrados por
estes serviços, mas esta é uma discussão para outro momento....)

De qualquer forma, superar a crise energética é apenas um dos desafios do Brasil no campo da logística neste ano, e ainda nesta semana publicarei outro post com a segunda parte desta análise