terça-feira, 29 de julho de 2008

Exemplo a ser seguido


No post "Seca...é a lei", posicionei-me favoravelmente a adoção da nova legislação que estabelece a "tolerância zero" à ingestão de bebidas alcoólicas por parte de condutores de veículos.

Transcorrido um pequeno espaço de tempo, as estatísticas sobre acidentes em rodovias demonstram que felizmente os resultados estão acontecendo como o esperado, e uma significativa redução do número de vítimas do trânsito vem ocorrendo.

Indicadores importantes podem ser encontrados em: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/noticias_detalhe.cfm?co_seq_noticia=51038

Evidentemente ainda estamos em uma fase inicial do processo, e os efeitos reais só poderão ser sentidos em médio ou longo prazo, mas já é um alento perceber que depois de muitos anos buscando soluções, felizmente surge uma esperança concreta de melhoria.

Por isso entendo que devemos aproveitar o êxito inicial para análises a respeito do que aconteceu.

É importante lembrar, por exemplo, que muito do sucesso deve-se não só a lei, mas a efetiva fiscalização que foi implementada em todo o país, e a grande cobertura da mídia a respeito.

Sabemos que o Brasil, nas próprias palavras de nosso presidente: "há leis que pegam e leis que não pegam". No meu modo de ver, o motivo desta lei "pegar" está fortemente associado aos fatores citados no parágrafo anterior, pois se os motoristas constatassem que não havia uma possibilidade real de penalização, simplesmente ignorariam a determinação legal.

Esta é, em minha opinião, a grande lição que fica, não basta a lei, é preciso haver fiscalização e punição quanto ao seu cumprimento. Uma ampla repercussão na mídia também é bastante positiva.

Este exemplo pode (e deve) guiar futuras ações no que diz respeito ao trânsito. Novos problemas precisarão ser atacados, como a situação precárias de nossas rodovias e a má formação de muitos condutores. A partir do que estamos presenciando, fica claro que não basta um decreto ou medida provisória para resolver a situação. A participação efetiva de todos os envolvidos, a cobrança, e até mesmo a punição para os que se mantiverem alheios a lei são armas poderosas na obtenção de melhorias concretas.

Espero que este seja o primeiro dos muitos passos necessários para deixarmos para trás a velha retórica vazia, iniciando a adoção de soluções concretas para nossos problemas.

A logística - e toda a sociedade - agradecem.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Logística na Semana [edição 1]


Já há algum tempo penso em implementar aqui no blog a seção "Logística na semana", apresentando algumas notícias relacionadas à logística que foram destaque neste período.
Pretendo, a partir de hoje, atualizar esta seção todas as sextas-feiras ou sabádos.
Para simplificar, vou me limitar a listar a manchete com um link para notícia completa, permitindo maiores detalhes para que se interessar pelo assunto.
Vamos lá:

Seca...é a lei


Este post, mais que retratar a visão de um profissional de logística, apresenta a opinião de um cidadão que percorre diariamente um trecho perigoso da BR-470, uma das mais violentas do estado de Santa Catarina.
Recentemente tive a infelicidade de chegar ao local de um acidente apenas dois minutos após a tragédia. Gritos, desespero, duas pessoas mortas, e o que foi mais duro para mim, uma sensação de impotência diante de algo tão grave misturada com uma idéia de conformismo (os acidentes já viraram rotina no percurso que faço até a universidade onde leciono).
Não posso dizer que esta fatalidade, especificamente falando, tenha ocorrido por embriaguez (aliás, é quase certo que não foi o caso), mas já vi muitas situações críticas em que é difícil imaginar que alguém sóbrio pudesse correr tantos riscos.
O Brasil é o país do jeitinho. Qualquer margem de tolerância é usada para justificar excessões. Apesar de ser radical, a proibição total do consumo de bebidas alcoólicas pelos motoristas é, no meu entendimento, a última chance de recuperarmos um pouco a segurança no trânsito, salvando, com isso, milhares de vidas por ano.