quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Comentando uma opinião

O site Intelog reproduziu hoje um interessante editorial do jornal Valor Econômico sobre a matriz de transportes no Brasil. No geral o texto é bem escrito e retoma a discussão sobre algumas questões centrais para a melhoria da infraestrutura logística de nosso país, porém há um ponto em especial que merece considerações adicionais. (sugiro a leitura do editorial no link acima para o melhor entendimento dos comentários deste post)

O autor critica (com propriedade) o alto custo da construção do trem-bala Rio-São Paulo-Campinas, argumentando que o investimento de R$ 34 bilhões (!) poderia ser melhor aplicado em outras obras. Apesar da coerência deste ponto de vista, entendo ser equivocada a crítica feita entre a associação deste obra com a Copa do Mundo, quando o autor escreve

Espero que o trem-bala não esteja articulado à Copa de 2014. Considero prioritários bons e modernos estádios de futebol e dispenso o trem-bala para um futuro pós-integração efetiva do Brasil. Continuarei fiel à modalidade aeroviária em minhas visitas a São Paulo, sempre oneradas por um terrível desperdício de tempo nos congestionamentos cariocas e paulistanos

acho que há uma inversão de prioridades na análise, pois realmente não podemos imaginar uma competição deste nível sem os estádios adequados, mas pensando nas conseqüências do evento, o trem bala será muito mais útil a economia nacional do que os estádios, alguns dos quais serão utilizados apenas uma ou duas vezes durante a copa e depois terão uma utilização esporádica, enquanto o novo meio de transporte poderá ligar continua e rapidamente importante centros econômicos do país.

Os valores da obra podem (e devem) ser discutidos, mas a despeito da preferência do autor do editorial citado pela modalidade aérea, a utilidade do trem me parece inegável neste momento, apesar da minha visão cética a respeito, por acreditar que uma obra deste porte não estará pronta em prazo tão curto - menos de 5 anos - aqui no Brasil (mas isto é assunto para outro post...)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Videologística [6]

Durante minhas aulas de logística costumo apresentar algumas fotos do famoso centro de armazenagem da Volkswagen na Alemanha.

Agora, com a contribuição do aluno Gustavo Juttel, consegui e disponibilizo a todos os leitores do blog um vídeo explicando como funciona este que considero um dos melhores exemplos de logística integrada disponíveis na atualidade.

Agradeço em especial ao Gustavo.

Aproveitem!




sábado, 22 de agosto de 2009

Livro do mês [13]


Wikinomics foi uma leitura indicada durante o mestrado. É um livro que pode ser considerado polêmico, pois como o sub-título (na versão em português) sugere, os autores pregam que a colaboração em massa pode mudar a forma como atualmente fazemos negócios.
Utilizando exemplos que vão desde a famosa Wikipedia até desconhecidas (pelo o menos no Brasil) fábricas de motocicleta na China, os autores, Don Tapscot e Anthony D. Willians sugerem que as empresas precisarão se adaptar a um novo cenário onde será preciso buscar a colaboração de pessoas externas à organização para fazer negócios e descobrir/aperfeiçoar ideias.
A proposta é válida levando-se em consideração a forma de abordagem dos autores, todavia, há alguns pontos que merecem uma discussão mais profunda. Abaixo reproduzo parte da minha análise feita a disciplina Tecnologia e redes organizacionais do mestrado:

Realmente, no sentido dos autores, organizações que ficarem fechadas à novos modelos de negócios e às mudanças no seu ambiente de atuação correrão sérios riscos, não só no futuro, mas já no presente também. Uma forma de superar esta limitação é, como sugerem Tapscott e Willians (2007), buscar colaboração externa para adquirir novos conhecimentos e competências, mesmo que tais atributos não sejam mais “propriedade” da organização, mas apenas fontes acessíveis para obter capacidades que são necessárias em determinado momento ou contexto organizacional.

Por outro lado, apesar do conteúdo ser bem formulado e estar fortemente embasado em estudos de casos e entrevistas com profissionais expoentes de diversos ramos de negócios que já estão enfrentando o desafio da Wikinomia, alguns pontos parecem destoar no conjunto da obra. Em especial, a forma como diversos argumentos são apresentados, pois há várias prescrições e afirmações absolutas. Ou seja, à luz do que os autores escrevem, parece que não estão estabelecendo um dentre outros possíveis cenários de desenvolvimento econômico, social e organizacional no futuro, mas sim afirmando que como dizem será de fato, e que nenhuma margem de interpretação divergente é plausível.

Além disso, pelo o menos um dos cases demonstrados comprova hoje, poucos anos após a publicação do livro, que mesmo negócios baseados no modelo Wikinômico podem não sobreviver ou alcançar o status que se imagina (hipótese que em momento nenhum é discutida – mostrando de certa forma algo parecido com uma moeda de um lado só). Este exemplo é o Second Life, jogo virtual amplamente citado como modelo de colaboração, mas que após o auge, entrou em declínio, como pode ser comprovado pela seguinte notícia “Second life fecha as portas no Brasil” .


Esta última passagem refere-se a uma espécie de jogo disponível na internet e que fez muito sucesso por algum tempo, mas que não se consolidou, como indica a notícia linkada. No livro (2007) o Second Life era apontado como uma das evidências do novo tipo de negócios que estava se formando, a qual, mesmo indiretamente, era apontada como potencial geradora de sucesso no modelo proposto no livro.

Após esta observação, mais do que tecer uma análise crítica do livro, a proposta de utilizá-lo como referência neste mês é perguntar ao leitor do blog se já leu ou conhece os conceitos de Wikinomics. E se positivo, como vê os desafios impostos à logística para organizações que adotarem a abordagem colaborativa de negócios?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Consórcio modular

No estudo da logística, um dos cases mais comentados é da fábrica de caminhões de ônibus da VOLKSWAGEN em Resende /RJ, que utiliza um sistema diferenciado de integração com os fornecedores chamado "Consórcio Modular".

Nesta abordagem, alguns fornecedores são responsáveis por toda a montagem dos caminhões compartilhando as instalações fornecidas pela empresa. Há vários estudos disponíveis na internet que detalham este processo. Uma breve apresentação a respeito da própria Volkswagen está disponível aqui.

No final do ano passado, a notícia que esta fábrica foi vendida para o grupo MAN, também alemão, fez pensar sobre como o consórcio modular passaria a ser gerenciado.

Sobre isso, encontrei no ótimo portal Intelog uma notícia que ajuda a responder em parte esta questão, e que me motivou a escrever este post. Como a matéria está ilustrada com várias fotos e tabelas, não a reproduzo aqui, mas deixo o link para quem quiser acessar:

A VOLKS EM TEMPOS DE MAN

sábado, 1 de agosto de 2009

Evento


Acontece entre 4 e 7 de agosto o maior evento de logística da america latina, a feira MOVIMAT 2009.
Segundo o site oficial, são mais de duzentos expositores, sendo que na última edição foram mais de 25 mil visitantes.
Participar de um evento como este é importante para os profissionais porque permite ampliar a rede de relacionamentos e atualizar-se quanto à tendências e novas tecnologias da área.
Infelizmente neste ano não poderei participar em função de compromissos profissionais e da grande carga de atividades do mestrado. De qualquer forma, deixo a sugestão aos leitores do blog que tiverem disponibilidade. O credenciamento pode ser feito aqui.
Além dos motivos já citados, os expositores participantes também costumam desenvolver ações de divulgação muito interessantes. Recebi, por exemplo, e-mail de uma empresa que estará com uma campanha especial durante a MOVIMAT. o hot site da iniciativa é: http://www.vonder.com.br/experimente
Sabendo de outras novidades, atualizarei este post durante a semana...