sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O iphone chegou...



Finalmente. Após um ano e meio (contando com o lançamento da versão anterior) o gadget mais comentado do mundo chega oficialmente ao Brasil.

As funções e o modo de operação inovador (com tela sensível ao toque) são as grandes armas da Apple na promoção de seu aparelho.

Particularmente, fui um dentre os 100.000 usuários cadastrados no site da operadora Claro à espera de novidades sobre o aparelho (até agora somente recebi um e-mail dizendo que haveria um contato telefônico à respeito - não realizado...). Sou entusiasta da tecnologia e fiquei empolgado com o iphone no início da sua divulgação, mas hoje já não vejo desta forma, penso que a câmera de apenas 2 megapixels e algumas outras características estão bem abaixo de outros modelos no mercado, como o Nokia N95 e os aparelhos da Blackberry.

Mas deixando de lado preferenciais pessoais, vale a pena pensar um pouco na complexidade da operação logística que envolveu o lançamento deste equipamento.

  • Em 11 de julho a nova versão (3G) do produto foi disponibilizada em alguns mercados, e somente após 77 dias (ou 11 semanas) é que temos acesso a ele aqui no Brasil. Este gap mostra que mesmo empresas de grande porte contando com parceiros igualmente importantes, como as operadoras de telefonia, ainda são dependentes de fatores como capacidade de produção, restrições legais e planejamento logístico para acessarem os mercados globais. Isso leva à disponibilização "fracionada" de um produto, como no caso do iphone.
  • O mesmo acontece no âmbito local, pois as operadoras já informaram que apenas uma pequena parte de suas lojas teria o produto disponível para venda na data de lançamento, e que os lotes recebidos provavelmente seriam insuficientes para atender à demanda inicial. Claro que essa situação tem também muito a ver com estratégias de marketing das empresas, e não reflete, para elas, necessariamente um problema no primeiro momento, mas fica evidente que a distribuição do produto em todo o território nacional ainda levará algum tempo.
  • Os preços praticados estão muito acima do anunciado no mercado americano. Uma parcela disso deve-se, certamente, ao conceito conhecido em marketing como skimming (ou desnatamento), onde o alto valor do produto quer atrair primeiro a parcela mais nobre do público consumidor. Mas além disso ainda temos os elevados impostos de importação de produtos como o iphone, e o alto custo logístico para trazer e distribuir o produto no Brasil, um fator decisivo na formação do preço para o nosso mercado.

Estas são apenas algumas observações dentre as que poderiam ser feitas sobre o assunto, mas elas demonstram de forma contundente que mesmo com o desenvolvimento que acompanhamos nos últimos anos, ainda não somos um mercado prioritário para muitos negócios, talvez por termos deficiências em várias áreas, dentre as quais a logística infelizmente se destaca.

Não fosse assim, certamente o desejado telefone celular já estaria há algum tempo entre nós. E por um preço mais acessível...

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