sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Logística e desenvolvimento econômico

Tenho lido muitas notícias otimistas sobre o Brasil. Parece haver, no cenário internacional, um consenso a respeito da potencialidade econõmica do país nas próximas décadas.

Entretanto ainda é notório que enfrentamos muitos problemas. E neste sentido, infelizmente, a logística é destaque negativo. A notícia abaixo repercute uma notícia da imprensa internacional sobre os problemas na estrutura de transportes do Brasil. Apesar de retratar apenas o agronegócio, a situação apresentada se repete um outras atividades também.

Sei que há boas iniciativas visando minimizar o problema, mas acredito que somente quando superarmos os entraves relacionados à nossa capacidade logística é que seremos realmente um player global.

Transporte ruim atrasa agronegócio do Brasil, diz 'FT'

A falta de investimentos na área de transportes é um dos principais obstáculos para o crescimento do "próspero" setor agrícola brasileiro, segundo reportagem do jornal britânico Financial Times em sua edição desta segunda-feira.

"Muitos ao redor do mundo estão acompanhando avidamente o despontar do Brasil como uma superpotência agrícola. Mas analistas do País dizem que a produção está chegando a seu limite e que o investimento necessário para o crescimento - especialmente na infraestrutura de transportes - está ficando curto", diz o diário.

O correspondente do jornal no Brasil entrevistou fazendeiros em Primavera do Leste (MT), que reclamam de ter que desembolsar cerca de US$ 100 por tonelada de produtos a serem transportados por terra aos portos de onde são exportados - o que, segundo eles, custa cerca de US$ 30 nos Estados Unidos.

"Há alguns projetos de transporte ferroviário e hidroviário em construção, mas muitas pessoas estão cansadas de esperar", afirma a reportagem.

Leis ambientais
Além disso, segundo o Financial Times, o agronegócio brasileiro é "atrapalhado" por altos impostos, burocracia e "uma das mais rígidas legislações ambientais do mundo".

"As leis obrigam os fazendeiros a preservar áreas florestais sem receber compensação alguma", diz o jornal.

"O setor agrícola também enfrenta barreiras comerciais, e o fortalecimento estável da moeda brasileira - especialmente frente ao dólar - está acabando com a competitividade."

O diário britânico ressalta ainda que o Brasil, além de ter se tornado o maior exportador mundial de produtos como soja, açúcar, carne e frango, é um dos maiores produtores com espaço para crescer.

"O país tem 72 milhões de hectares sendo cultivados e outros 172 milhões de hectares dedicados à pecuária. Outros 96 milhões de hectares de terras cultiváveis estão disponíveis sem que se precise tocar em áreas de proteção ambiental", afirma.

Mas um dos fazendeiros entrevistados pelo jornal diz ter dúvidas sobre "como o Brasil vai cultivar esses 96 milhões de hectares", apesar de acreditar que o país possa conseguir expandir sua área produtiva em cerca de 50%.

Nenhum comentário: