Mostrando postagens com marcador Logística Internacional. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Logística Internacional. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Livro do mês [16]


Este mês destaco o livro Logística Internacional: um enfoque em comércio exterior de Nelson Ludovico. A obra possui um excelente conteúdo que vai além da logística, tratando também da sistemática de exportação e importação de mercadorias. Destaco ainda os capítulos que apresentam a evolução histórica do Comércio Exterior e dos Sistemas de Transportes.
Para quem opera no comércio exterior, além dos capítulos sobre a sistemática, há também um amplo conteúdo sobre as características particulares de cada modal de transporte quando utilizados em operações comerciais internacionais.
Utilizo este livro para o desenvolvimento de aulas introdutórias tanto de logística como de Comércio Exterior, pois entendo que o conteúdo é rico e ao mesmo tempo de fácil assimilação.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O iphone chegou...



Finalmente. Após um ano e meio (contando com o lançamento da versão anterior) o gadget mais comentado do mundo chega oficialmente ao Brasil.

As funções e o modo de operação inovador (com tela sensível ao toque) são as grandes armas da Apple na promoção de seu aparelho.

Particularmente, fui um dentre os 100.000 usuários cadastrados no site da operadora Claro à espera de novidades sobre o aparelho (até agora somente recebi um e-mail dizendo que haveria um contato telefônico à respeito - não realizado...). Sou entusiasta da tecnologia e fiquei empolgado com o iphone no início da sua divulgação, mas hoje já não vejo desta forma, penso que a câmera de apenas 2 megapixels e algumas outras características estão bem abaixo de outros modelos no mercado, como o Nokia N95 e os aparelhos da Blackberry.

Mas deixando de lado preferenciais pessoais, vale a pena pensar um pouco na complexidade da operação logística que envolveu o lançamento deste equipamento.

  • Em 11 de julho a nova versão (3G) do produto foi disponibilizada em alguns mercados, e somente após 77 dias (ou 11 semanas) é que temos acesso a ele aqui no Brasil. Este gap mostra que mesmo empresas de grande porte contando com parceiros igualmente importantes, como as operadoras de telefonia, ainda são dependentes de fatores como capacidade de produção, restrições legais e planejamento logístico para acessarem os mercados globais. Isso leva à disponibilização "fracionada" de um produto, como no caso do iphone.
  • O mesmo acontece no âmbito local, pois as operadoras já informaram que apenas uma pequena parte de suas lojas teria o produto disponível para venda na data de lançamento, e que os lotes recebidos provavelmente seriam insuficientes para atender à demanda inicial. Claro que essa situação tem também muito a ver com estratégias de marketing das empresas, e não reflete, para elas, necessariamente um problema no primeiro momento, mas fica evidente que a distribuição do produto em todo o território nacional ainda levará algum tempo.
  • Os preços praticados estão muito acima do anunciado no mercado americano. Uma parcela disso deve-se, certamente, ao conceito conhecido em marketing como skimming (ou desnatamento), onde o alto valor do produto quer atrair primeiro a parcela mais nobre do público consumidor. Mas além disso ainda temos os elevados impostos de importação de produtos como o iphone, e o alto custo logístico para trazer e distribuir o produto no Brasil, um fator decisivo na formação do preço para o nosso mercado.

Estas são apenas algumas observações dentre as que poderiam ser feitas sobre o assunto, mas elas demonstram de forma contundente que mesmo com o desenvolvimento que acompanhamos nos últimos anos, ainda não somos um mercado prioritário para muitos negócios, talvez por termos deficiências em várias áreas, dentre as quais a logística infelizmente se destaca.

Não fosse assim, certamente o desejado telefone celular já estaria há algum tempo entre nós. E por um preço mais acessível...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Logística Internacional - a nova fronteira das empresas

As operações logísticas são caracterizadas por sua extrema complexidade e pela necessidade de adaptações constantes às mudanças ambientais ocasionadas por diversos fatores externos ao controle das organizações.

Se tal assertiva já seria suficiente para preocupar empresas com cadeias de abastecimento dependentes de atividades logísticas dentro de seu país, com o consolidado processo de globalização e o aumento significativo das relações internacionais, esta premissa torna-se válida também na operação de sistemas logísticos no âmbito dos mercados externos. Dessa forma, a logística traduz-se no novo grande desafio das empresas globais, como peça chave na sua engrenagem produtiva e comercial.

Apesar das atividades logísticas serem similares em todo o planeta, o fator “local” pode influenciar fortemente o desempenho operacional das empresas, pois alguns elementos especiais precisam ser considerados em situações que envolvam duas ou mais nações:

Primeiro, a maior burocracia presente em processos de importação e exportação pode se transformar na necessidade de lead-times mais longos, o que compromete não só o desempenho, mas também pode afetar prejudicialmente acordos comerciais em cadeias de abastecimento construídas com foco na agilidade da operação logística.

Segundo, as distâncias mais longas percorridas pelas mercadorias aumentam as possibilidades de danos ao produto, afinal, o tempo em trânsito é um momento crítico da logística. Nessa etapa os bens estão mais suscetíveis a avarias ou manuseios indevidos, e quanto mais tempo durar o momento entre a partida do produto e a sua chegada ao destino, maior o risco envolvido.

Terceiro, questões sócio-culturais modificam o comportamento das pessoas, dificultando o controle do processo logístico e aumentando a ocorrência de imprevistos ocasionados pelas diferentes formas de comprometimento com a cadeia de abastecimento dos envolvidos.

E finalmente, a infra-estrutura de cada nação afeta substancialmente a capacidade de obter-se o desempenho esperado, visto que deficiências estruturais podem resultar em atrasos ou até mesmo em impedimento para o cumprimento de prazos de entrega ou de outras condições baseadas em funções da logística. Um exemplo poderia ser a inexistência de condições para utilização dos modais de transporte adequados a um determinado produto, obrigando a empresa a adotar alternativas mais onerosas para cumprir seus compromissos, o que acarretaria na elevação dos custos logísticos totais.

Devemos lembrar ainda que há muito tempo a logística não constitui-se apenas em uma atividade movimentação de cargas, sendo que fatores de desempenho (como custos e prazos) e de obtenção de vantagem competitiva se tornaram determinantes para a evolução dos processos envolvidos, e diante da maior complexidade das cadeias logísticas internacionais, são justamente estes fatores os mais propícios a não obter o êxito esperado.

Por outro lado, construir cadeias de abastecimento internacionais pode ser o grande diferencial de uma organização, motivo pelo qual ela não pode abrir mão de considerar esta estratégia em seu planejamento.

Neste contexto, é indispensável para as empresas entenderem as implicações da internacionalização em sua cadeia logística, e trabalhar fortemente para minimizar os pontos negativos citados aqui, ao mesmo tempo em que devem buscar beneficiar-se das numerosas vantagens que podem ser conseguidas nos mercados externos.