quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Logística & Infra-estrutura


A ênfase maior do material recai sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), através da análise da situação atual das principais obras previstas neste conjunto de ações.
A linha de argumentação é, em geral, negativa. Destacam-se os entraves burocráticos e financeiros que atrasam boa parte das iniciativas.
Todavia, quanto às melhorias de rodovias e expansão de ferrovias a avalição é positiva. A maior parte das obras está dentro do cronograma, devendo ser entregues no prazo. Esta realmente é uma das boas notícias encontradas na publicação.
A outra, em minha opinião, é que apesar do anuário tratar também de saneamento, energia e telecomunicações (que são áreas prioritárias para o Brasil), a grande ênfase está mesmo nas questões logísticas, prinicipalmente na infra-estrutura de transporte. Isto demonstra que o processo logístico começa a ser tratado não mais como assunto periférico,mas sim como elemento central para o desenvolvimento nacional.
A esperança agora, é que esta visão não se perca em meio a outros temas que ganharam força nos últimos meses, sobretudo a crise econômica.
Acredito que quem continuar apostando em logística, em breve, colherá os resultados positivos de seu investimento.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Logística na semana [edição 7]

A série "Logística na semana" é retomada aqui no blog Logística 8.

Os destaques desta semana:

São Paulo terá garagens para integrar metrô e carro

DNIT lança edital para obras de recuperação no Maranhão

ANTT deve liberar pedágios da OHL

Serão necesários R$ 123 milhões para recuperar as rodovias de Santa Catarina

ANTT estuda conexão ferroviário com Chile, Argentina e Paraguai

Capitania dos Portos autoriza funcionamento do Jet Bus entre entre Joinville e São Francisco do Sul

Crise faz China suspender compra de aviões para 2009

Petrobrás planeja plataformas para pré-sal

Ministério do Desenvolvimento quer lançar plano estratégico logístico

Porto de Itajaí recomeça a operar com navios de pequeno porte

Estradas de SC recuperadas somente em 2010

As chuvas do final de Novembro continuarão, por um longo tempo, a fazer parte das lembranças dos catarinenses. As marcas do que aconteceu demorarão a ser apagadas.

A notícia abaixo retrata bem está situação. As estradas do estado já não eram exemplo de conservação, e com os danos causados pela enxurrada haverá um longo período de recuperação.

As obras mais demoradas são de contenção das encostas, certamente indispensáveis pelo o que pudemos acompanhar, mas elas fatalmente atrapalharão um pouco o tráfego.

A esperança é que, quando prontas, as novas obras minimizem o impacto caso problemas como o registrado voltem a acontecer.

ESTRADAS PRONTAS SÓ EM 2010

O diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, divulgou ontem que o trânsito nas rodovias federais será normalizado a partir do dia 20 deste mês em Santa Catarina. Serão investidos R$ 123 milhões na recuperação das estradas atingidas pelas chuvas no Estado. A previsão para a conclusão das obras de contenções nas BRs catarinenses é setembro de 2010.

A Superintendência Regional do Dnit-SC mapeou os principais pontos a serem recuperados nas rodovias federais depois das fortes chuvas. Serviços emergenciais estão em execução, como na BR-101, na localidade do Morro dos Cavalos, em Palhoça, com a contenção de taludes de corte considerados instáveis. Na BR-470, em Gaspar, entre os Km 7,3 e Km 139,6, o pavimento será recomposto. Também será feita a correção de danos, além de obras de proteção de encostas.

A BR-280 Norte, do Km 0 ao Km 103,8, de São Francisco do Sul a São Bento do Sul, e o Km 109 da BR-282, que inicia na grande Florianópolis e vai até Alfredo Wagner, irão passar por serviços de terraplanagem, pavimentação, drenagem e contenção de encostas.

– Nós vamos interromper as obras entre os dia 19 de dezembro e 5 de janeiro de 2009 para permitir que, neste fluxo entre Natal e Ano Novo, as pessoas possam andar sem problemas e sem retenções. No dia 5, serão retomadas as obras.

Hoje, 80 máquinas e 120 pessoas trabalham para recuperar as estradas catarinenses. Segundo Pagot, em todo o Brasil são 200 máquinas trabalhando na construção e ampliação de rodovias.

– Primeiro atuamos com a desobstrução e o retorno da trafegabilidade. Agora, vamos atuar com obras consistentes, que vão de seis meses a um ano. A proteção das encostas é a grande preocupação para o futuro.

Três trechos não poderão ser entregues na data prevista: o túnel do Morro dos Cavalos, o túnel do Morro do Formigão e a ponte de Laguna. Segundo Pagot, estas obras não estavam previstas no projeto inicial e a estimativa de entrega é para 2012. O diretor do Dnit ainda relatou que espera aprovar até a semana que vem todos os projetos para o Estado.

– Nós temos um programa para cumprir, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e todas as obras para Santa Catarina vão continuar acontecendo ao longo de 2009 e 2010, para que esse enorme projeto nacional seja entregue a tempo, conforme as previsões – concluiu.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Livro do mês [5]



A gestão de materiais é um dos componentes vitais da logística.

Excesso de materiais significa capital empregado incorretamente. Faltas de produtos representam produção parada ou venda perdida. Ambas as situações são extremamente danosas a qualquer empresa.

A Administração de Materiais estuda as melhores práticas de gestão de estoques, minimizando os riscos envolvidos.

A obra Administração de Materiais de J.R. Tony Arnold apresenta um dos conteúdos mais completos sobre o tema, ao discorrer sobe estoques no âmbito estratégico das empresas e sua relação com os sistemas de produção, além de apresentar de forma didática as técnicas consagradas para o controle de produtos. A obra ainda desenvolve bons conteúdos sobre compras e gestão da qualidade.

Trata-se de um material essencial para estudantes e profissionais de logística que precisam enteder o impacto dos estoques em seu negócio.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Uma questão

A crise econômica que eclodiu no último trimestre deste ano causou estragos à indústria automobilística, demonstrando a fragilidade deste setor devido aos problemas estruturais que enfrenta.
Mas até agora o noticiário se concentra principalmente nos fabricantes de automóveis leves, "esquecendo" que a fabricação de caminhões também está inserida neste mercado. A Ford, por exemplo, além de operar uma marca própria de veículos pesados, também é proprietária da Volvo.
Não há muitas indicações sobre como estão as vendas de caminhões no Brasil neste momento -no final de 2007 o prazo médio de entrega era de 6 meses -, mas é plausível admitir que este mercado também está em recessão. Isto pode se transformar em um problema de curto prazo, pois 60% do transporte de cargas no Brasil é feito pelo modal rodoviário.
Mesmo com a retração econômica, caminhões continuarão sendo a principal forma de movimentar mercadorias em nosso país. Não podemos correr o risco de haver um envelhecimento (ainda maior) da frota, algo que seria extremamente ruim ao Brasil no futuro.
É preciso que as políticas públicas adotadas para proteger a indústria automobilística atendam também ao mercado de caminhões, afinal, o país não pode parar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Reflexos das Chuvas

Na semana passada viajei para duas cidades de Santa Catarina separadas por cerca de 200 Km: Jaraguá do Sul e Florianópolis. Também conversei com um amigo residente em Blumenau.

Apesar da distância entre estas cidades, os cenários que vi e que me foram relatados são muito parecidos, com deslizamentos e estradas danificadas e/ou parcialmente bloqueadas. A foto que ilustra este comentário é um exemplo da situação que se repetiu por todo o estado.

A tristeza pelas vidas perdidas, pelo patrimônio destruído e pelos sonhos adiados já foi apresentada à exaustão, causando grande comoção. A ajuda as vítimas, porém, demonstrou o forte espírito de solidariedade de todo o povo brasileiro. Na minha região, a 150 Kms do "epicentro" das chuvas, não houve empresa ou entidade que não coletou donativos. Também não conheço pessoa que não tenha ajudado de alguma forma.

Mas agora que a situação começa a estabilizar-se, é hora de discutir o cenário "pós-cheia" e seus reflexos à logistica do estado.

Os prejuízos à infra-estrutura de transportes decorrentes desta tragédia serão sentidos por um longo tempo, causando transtornos à economia regional, principalmente para organizações ligadas ao comércio exterior, uma vez que o porto de Itajaí, o principal de Santa Catarina, foi seriamente danificado e sua recuperação poderá levar até 2 anos.

Este porto possui como ponto forte o embarque de cargas refrigeradas, provenientes das grandes companhias agro-industriais de Santa Catarina, que se localizam no oeste do estado e escoam sua produção princípalmente pela BR 470, que também foi atingida.

Um plano emergencial para o porto já está em vigor, através da utilização de navios "feeder", que possuem menor capacidade de carga e precisam de menos calado para operar. Este serviço permitirá escoar as mercadorias em forma de cabotagem, provavelmente até Santos, para posteriormente embarcar a carga para seu destino final.

Nas rodovias, há trabalhos de reparação e utilização de desvios para liberar o fluxo de veículos. A BR 470, em especial, já operava acima de sua capacidade e necessitará de fortes investimentos para sua recuperação -Um projeto de duplicação (parcial) estava em análise e não deve ser interrompido.

Os recursos injetados em Santa Catarina são também para recuperar a sua infra-estrutura logística. Como no Brasil quase sempre a falta de dinheiro é colocada como entrave à novas obras, o momento sugere que com um planejamento sério a reconstrução do estado poderá em médio e longo prazo melhorar as condições logísticas hoje existentes, permitindo ainda minimizar os danos se infelizmente a situação que presenciamos voltar a acontecer.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Triste...

A situação é caótica em SC. A chuva que já dura dois meses ficou mais forte na última semana e provocou desastres em grande parte do estado, sobretudo no litoral norte e vale do Itajaí.

Algumas regiões estão isoladas, as principais rodovias do estado estão parcialmente interditadas e não há possibilidade de deslocamento por terra em muitos casos. A capital, Florianópolis, está inacessível a partir do vale do Itajaí, por exemplo.

Neste momento, a grande preocupação é ajudar os desabrigados. Quase todas as empresas e entidades estão coletando donativos e destinando para quem necessita. A mobilização social é impressionante.

Porém, quando a situação estiver normalizada, os estragos passarão a ser analisados e ficarão expostos os problemas causados à infra-estrutura logística do estado, totalmente dependente do transporte rodoviário para escoar a produção interna, e que tem no castigado porto de Itajaí seu principal ponto de embarque para o exterior.

É necessário que os recursos anunciados para a recuperação da malha viária e do porto sejam rapidamente liberados, e que a aplicação deste dinheiro siga critérios técnicos priorizando os pontos críticos, visando minimizar os impactos da tragédia na economia e permitindo que o povo do estado possa retomar suas atividades, reconstruindo sua vida da maneira que sabe fazer melhor: trabalhando.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Brasil e Portugal - muito além das caravelas

As competições esportivas proporcionam um campo de trabalho extremamente promissor para quem se interessa pela logística.

A notícia a seguir, extraída de um site de Portugal, dá uma idéia da dimensão desta afirmação:

Brasil-Portugal: quatro aviões fretados, 700 mil euros de logística

Para a organização do jogo particular entre o Brasil e Portugal, marcado para 19 de Novembro, foi preciso investir 700 mil euros em logística. A verba, a cargo dos promotores da partida, inclui os gastos com os quatro aviões que foram fretados e as reservas em quatro hotéis.


Os jogadores portugueses viajam para Brasília, palco do jogo, na próxima segunda-feira, num dos quatro A340 da TAP. A escolha do modelo fica a dever-se aos 36 lugares de classe executiva, que rebatem 180 graus, algo que é considerado fundamental para o repouso dos jogadores, já que a viagem dura cerca de nove horas.

Os jogadores lusos terão a companhia de alguns internacionais brasileiros. «Em princípio, dos 23 convocados por Dunga, 18 actuam na Europa e grande parte deles viaja com Portugal», explicou Miguel Macedo, agente FIFA promotor do encontro, à Agência Lusa. Kaká, Alexandre Pato e Maicon, por exemplo, devem chegar a Lisboa por volta das 14h, e depois esperam na sala VIP do aeroporto até à hora do voo para Brasília.

Depois, já na capital brasileira, há que ter em conta a utilização de quatro hotéis. A selecção portuguesa vai ficar no Kubitschek Plaza, de cinco estrelas. Depois está reservada uma outra unidade hoteleira para a selecção da casa, outra para a equipa de arbitragem, liderada pelo uruguaio Jorge Larrionda, e ainda outra para os convidados.

Após o jogo, que segundo o promotor está definitivamente marcado para as 22h locais (meia-noite em Lisboa, já no dia 20), vão ser utilizados mais três aviões. Primeiro os jogadores seguem para Lisboa (chegada ao meio-dia de dia 20), e depois há duas rotas já reservadas: uma ligação a Milão e outra que segue para Londres e Manchester, as cidades dos clubes que mais jogadores cedem.

Planejar e executar toda esta operação requer pessoas capacitadas, que possam antever todas as necessidades das equipes e dispor os recursos necessários no tempo certo.

Como exemplo, basta lembrar que o texto concentrou-se apenas no transporte internacional e na hospedagem, mas que para realizar uma partida como esta é necessário ainda providenciar translados aerorporto-hotel-estádio-hotel-aeroporto para todos os envolvidos, disponibilizar lugares para os convidados e organizar todo o material esportivo que será utilizado pelos atletas, comissões técnias e equipe de arbitragem.

Alguém se habilita?

Transporte urbano: ações sociais e públicas

Neste endereço é possível assistir uma interessante entrevista com o professor de logística Paulo Resende, que fala sobre os custos decorrentes dos problemas de trânsito existentes nas grandes metrópoles brasileiras, e de alternativas para resolver a situação.

Ele cita, com propriedade, que a utilização de transporte coletivo seria a solução mais adequada para descongestionar as vias urbanas e facilitar o deslocamento das pessoas dentro das cidades, ressalvando que, para isso ocorrer, mais do que investimentos públicos e privados, há necessidade de mudança da cultura predominante hoje na maioria dos grupos sociais brasileiros, onde deslocar-se de automóvel é sinal de status e independência, enquanto que utilizar transporte coletivo representa inferioridade.

Por mais dura que possa parecer, esta observação é pertinente e verdadeira. E talvez neste ponto resida o grande desafio a ser superado, pois se obras e melhorias estruturais já são de difícil realização, modificar a cultura de um grupo é uma atividade ainda mais complexa e desafiadora, e que exige muito tempo para que possa ocorrer, talvez até mesmo mais que uma geração.

Outro ponto que merece destaque é a proposta de pedágio urbano, ou "taxa de congestionamento", como é defendida pelo professor.

Trata-se de uma medida polêmica, porém eficiente e capaz de oferecer resultados positivos. Aliás, quando recursos de pedágio são aplicados adequadamente, esta forma de cobrança pelo uso de vias torna-se melhor para todos, seja o governo que repassa a manutenção à inicitiava privada, a concessionária que aufere lucro pelo seu trabalho e o usuário que utiliza estradas seguras e de qualidade.

Porém, devemos lembrar que no Brasil há cobrança de uma carga tributária altíssima, sem o recebimento de serviços que justifiquem os valores pagos. Este é o principal obstáculo a adoção de propostas como o pedágio urbano, pois hoje pagamos por benefícios que não são ofertados adequadamente, e qualquer novo valor que se proponha para melhorar a situação gera revolta e descontentamento.

Assim, caberia uma alternativa para viabilizar o modelo, que seria a redução dos tribuitos hoje incidentes aos proprietários de veículos, como por exemplo o IPVA e os impostos sobre combustíveis, de forma a compensar quem paga tarifas diretas como o pedágio e a sugerida "taxa de congestionamento" quando utiliza uma via de transporte.

A adoção de uma política de reciprocidade como esta facilitaria muito a aceitação de novos modelos de cobrança ao usuário, trazendo a vantagem de destinar o recurso diretamente para a finalidade pela qual ele foi cobrado, e possibilitando ainda que os gestores (públicos ou privados) disponham de orçamento para manter a qualidade dos serviços que prestam, dando um retorno justo a quem pagou por eles.