quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Logística 2008 - O que esperar? (parte 1)




No início de todos os anos normalmente nos depararmos com opiniões sobre o que vai acontecer neste período, seja em forma de previsões ou de perspectivas traçadas por especialistas. É comum perceber isso nos meios de comunicação para tratar de esportes, política, economia, personalidades, etc.

E por que não analisar também qual o cenário da Logística brasileira nos próximos 12 meses?
Eis o pequeno desafio proposto e que tentarei responder de forma breve aqui.

São duas linhas de raciocínio que pretendo seguir. A primeira está relacionada a um contexto macro-econômico com grande participação da esfera governamental, a "Infra-estrutura".

Costumamos caracterizar o Brasil como um país deficitário e atrasado nesta área, que por vezes não é claramente identificada. Deixei o termo entre aspas justamente por isso.

Na minha concepção a "Infra-estrutura" tem duas vértices principais, que são a energia e a logística.

Pois bem, é público que há, no momento, uma insegurança quanto à capacidade do país em garantir o suprimento de energia necessário à manutenção de seu crescimento. E isto é um problema grave para a logística, pois se confirmando esta tendência, os já escassos recursos públicos destinados para "Infra-estrutura" deverão se concentrar no campo energético, deixando as questões logísticas como estradas, portos e ferrovias mais uma vez em segundo plano, gerando mais um ano de atraso e comprometimento da competitividade logística de nosso país (sobre isso recomendo a leitura do artigo que citei no post "A competividade logística brasileira").

Ainda neste contexto, é importante esclarecer que a geração de energia é vital para o país e que não pretendo criticar o governo por se preocupar com isso, apenas entendo que o problema energético se consistirá em um elemento negativo para a logística também.

No caso da crise energética não se confirmar, talvez tenhamos então um pouco mais de fôlego para avançar nas questões logísticas.

Todavia, mesmo em um cenário "menos negativo" é evidente que o Estado não tem capacidade suficiente para assegurar todos os recursos necessários à realização das melhorias que o país precisa no campo logístico, por isso a recente concessão de alguns trechos de rodovias federais é um alento, que espero sirva de modelo para novas iniciativas semelhantes, não só no que diz respeito às estradas, mas também para portos, aeroportos, ferrovias, etc.

Inclusive é necessário um parênteses para parabenizar o governo não só pela transferência da responsabilidade em si, mas pela forma como foi feita, priorizando o menor valor para o usuário final. Que este exemplo também se repita outras vezes.
(Porém sempre defenderei a tese que quando o governo repassa suas atividades para a inicitiava privada, ele precisa desonerar os usuários das obrigações [impostos] que lhe são cobrados por
estes serviços, mas esta é uma discussão para outro momento....)

De qualquer forma, superar a crise energética é apenas um dos desafios do Brasil no campo da logística neste ano, e ainda nesta semana publicarei outro post com a segunda parte desta análise

Um comentário:

José Augusto Valente disse...

Agradeço e retribuo. Coloquei o link do teu blog na minha Lista de Links.
Abraço