quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Cabotagem - uma alternativa


Uma notícia chamou a atenção hoje:

Log-In fecha maior contrato da história da cabotagem brasileira

O FMM (Fundo da Marinha Mercante) aprovou prioridade à Log-In Logística Intermodal para o financiamento de até 90% do valor da construção de dois navios graneleiros, que terão capacidade para 80 mil toneladas.

O valor total disponibilizado pelo Fundo é de US$ 167,9 milhões. Os navios serão construídos em estaleiro nacional, ainda a ser definido.

Maior negócio na história da cabotagem no Brasil, o contrato de US$ 1 bilhão prevê a movimentação de cerca de 6 milhões de toneladas de minério de bauxita por ano, por um período de 20 anos, podendo ser estendido por mais cinco. O início das operações está previsto para 2010.

As duas embarcações farão serviço dedicado para a Alunorte no transporte de cabotagem de minério de bauxita a granel, produzido pela MRN (Mineração Rio do Norte). As viagens serão consecutivas entre o Porto Trombetas e o Porto de Vila do Conde, ambos no estado do Pará.

“Este projeto faz parte da estratégia da Log-In de desenvolver soluções especializadas para logística de cargas na cabotagem brasileira, mediante contratos de longo prazo”, afirma Mauro Dias, diretor-presidente da Log-In.

A Cabotagem, que é a navegação realizada entre portos pelo litoral do país, poderia ser uma alternativa interessante para aprimorar a ainda problemática infra-estrutura logística nacional.

A costa do Brasil tem 7.367 Km de extensão e é dotada de dezenas de portos. Além disso, grande parte da economia brasileira está concentrada em cidade relativamente próximas do litoral.

Aliás, considerado estas características, é até estranho pensar que a cabotagem é tão pouco explorada por aqui. Já deveríamos, há muito tempo, utilizar esta forma de transporte para realizar movimentações de longa distância, visto que os custos de operação poderiam ser inferiores ao modal rodoviário, ainda o mais utilizado em nosso país.

Divulgar a cabotagem no meio empresarial e incentivar as empresas que prestam o serviço a investir são exemplos de passos que permitiriam um melhor aproveitamento da costa brasileira, migrando nossa matriz de transporte para uma alternativia economicamente mais adequada.

Desta forma, teríamos um conjunto de ações focadas em um objetivo comum, e não apenas atitiudes isoladas como a mostrada na notícia em destaque.

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