quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Condições das estradas brasileiras

Abaixo reproduzo notícia do Portal Ig sobre resultado de pesquisa sobre condições das estradas brasileiras. Considero o resultado deprimente, e o discurso paliativo de que "houve melhoria" em relação ao ano anterior, insuficiente para qualquer tipo de argumentação positiva em relação ao fato que mais de 2/3 de nossas estradas encontram-se me condições ruins.
Seria interessante comparar os números da pesquisa com dados das novas concessões de privatização para verificar se realmente houve "avanço" ou se a redução da avaliação negativa reflete o aumento das rodovias privadas (e pedagiadas).

Pesquisa revela que 69% das estradas brasileiras estão em más condições

A Pesquisa Rodoviária 2009 da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostra que 69% das estradas do País - federais, estaduais e concedidas à iniciativa privada - estão com avaliações negativas - ruim, péssima ou regular. Contudo, houve melhora em relação ao ano passado, quando 73,9% foram julgadas dessa forma.

Também ocorreu melhora, segundo o estudo, nas avaliações ótimas ou boas, que passaram de 26,1%, em 2008, para 31% neste ano. Para realizar a pesquisa, a CNT vistoriou as condições de 89.552 quilômetros de rodovias, sendo 75.337 sob gestão pública, federal ou estadual, e 14.215 quilômetros da malha administrada pela iniciativa privada.

Apesar de elogiar os investimentos do governo na recuperação das rodovias - R$ 23 bilhões desde 2003, segundo a CNT - o presidente da entidade, Clésio Andrade, disse que muito ainda precisa ser feito. Segundo cálculos da entidade, para que todos os trechos de rodovias mal avaliados fossem recuperados, seriam necessários investimentos de, no mínimo, R$ 32 bilhões.

A pesquisa destaca alguns pontos críticos verificados em toda a malha rodoviária nacional. Considerando os 89,5 mil quilômetros, cerca de 54% (48,6 mil quilômetros) estão com o pavimento regular, ruim ou péssimo. Em 57,2 mil quilômetros, ou 63,9% da malha estudada, a sinalização tem algum tipo de problema. A CNT constatou também que em 41,4 mil quilômetros (46,3%) não há acostamento.

O estudo da CNT mostrou ainda que as rodovias federais foram as que mais melhoraram. Segundo o levantamento, 33,1% da malha federal está, neste ano, em condições ótimas ou boas. Em 2007, esse porcentual era de 25,8%. As rodovias sob concessão praticamente se mantiveram no mesmo elevado patamar de avaliação, com 76,5% de ótimo e bom, porcentual ligeiramente inferior aos 77,6% de 2007. As rodovias estaduais também praticamente não tiveram mudanças em sua situação, com a avaliação positiva passando de 26,9% para 26,2%.

Críticas

Andrade aproveitou a entrevista para divulgação dos balanços para engrossar o discurso do governo contra as paralisações de obras, tanto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) quanto por órgãos ambientais. Segundo ele, as obras paralisadas em rodovias, somente neste ano, causaram um prejuízo de R$ 745,5 milhões, em razão do aumento do custo operacional do transporte de cargas.
Sobre o tema, o DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), publicou uma nota em seu site. Leia, compare, analise e tire suas conclusões:

MANIFESTAÇÃO SOBRE PESQUISA RODOVIÁRIA DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES

Sobre indicadores de avaliação das rodovias brasileiras, traduzidos na Pesquisa Rodoviária divulgada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), o Ministério dos Transportes e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) gostariam de comentar o que segue:

Os resultados da Pesquisa Rodoviária são muito positivos para o governo federal.
De acordo com a metodologia da CNT, o intervalo da classificação “regular” traduz uma nota que varia de 55 a 80 pontos, em uma escala de zero a 100. Na avaliação do Ministério dos Transportes, tal intervalo não pode ser apontado como atributo negativo.

Sendo assim, a leitura atenta dos indicadores da Pesquisa Rodoviária comprova uma melhora muito significativa das condições de tráfego das rodovias brasileiras sob responsabilidade federal, em que:

 O pavimento encontra-se:
• 42,3% ótimo;
• 8,7% bom;
• 37,2% regular;
 A sinalização encontra-se:
• 19,3% ótimo;
• 17,4% bom;
• 42,2% regular;
 O estado geral encontra-se:
• 11,8% ótimo;
• 21,3% bom;
• 47,8% regular.

Tais indicadores de melhoria já haviam sido apontados em acompanhamentos internos desse Ministério e de seu órgão executor. Cabe comentar, ainda, que a análise feita pela CNT é importante para o monitoramento e a evolução dos resultados em função dos significativos investimentos na infra-estrutura de transportes sob responsabilidade do governo federal.

28/10/2009

ASSESSORIA DE IMPRENSA/DNIT

Um comentário:

Leandro disse...

Duoglas, parabéns pelo Blog.
Gostaria de lhe convidar a visitar meu blog, também na área de logística.
Te mandei um email.
Abraços