quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Um (possível) bom exemplo de logística integrada

A notícia abaixo, obtida no portal Intelog, mostra como realmente pode ser formada uma cadeia logística integrada. A construção de um estaleiro próximo a um porto, que por sua vez estará interligado a uma rodovia duplicada (BR 101) em uma cidade com uma Zona de Processamento de Exportações (ZPE), mostra que é possível no Brasil conceber e desenvolver projetos logísticos "interessantes". Agora, o mais difícil em se tratando do nosso país: transformar isso em realidade.

SC atrai estaleiro de US$ 1,2 bilhão

Depois de investimento bilionário na Grande Florianópolis, a corrida pela exploração do pré-sal colocou Imbituba na mira de consórcio.

Santa Catarina recebe apenas 0,67% dos royalties distribuídos pelo petróleo brasileiro e, se a legislação permanecer como está, terá que se contentar com isso, apesar do pré-sal. Mas as novas reservas podem render dividendos ao Estado antes mesmo de serem exploradas. Já são duas as empresas que pretendem instalar estaleiros no Estado para a construção de plataformas marítimas.

Depois do anúncio de investimento de US$ 1 bilhão em Biguaçu, agora é a vez de Imbituba entrar na mira dos grandes estaleiros. Um consórcio de empresas, liderado por uma construtora de São Paulo, planeja investir US$ 1,2 bilhão na implantação de uma indústria naval em área anexa ao Porto de Imbituba.

O estaleiro deve gerar 5 mil empregos na região, de acordo com o prefeito do município do Sul do Estado, José Roberto Martins.

A nossa geografia é propícia para este tipo de investimento. E o Porto de Imbituba ainda é subutilizado. Hoje existem três berços, mas há espaço para cinco. Com o investimento do estaleiro, vamos ter que importar mão de obra afirma ele.

Martins destaca que o calado (profundidade) do porto é o principal atrativo para a indústria naval, que prevê a construção de grandes plataformas marítimas. O porto deve entrar no Plano Nacional de Dragagem, o que permitirá aumentar o calado de 11 para 16 metros com aporte de R$ 50 milhões no ano que vem.

É o menor custo-benefício do Brasil explica.

O superintendente da Zona de Processamento de Exportações (ZPE) de Imbituba, Manoel Cavalcanti, trabalha para obter, em Brasília, a isenção de impostos para as plataformas do estaleiro.

A área em estudo é no prolongamento do berço 3, no Porto de Imbituba. Estamos trabalhando para que o consórcio possa obter os benefícios da ZPE revela Cavalcanti.

O prefeito Martins ressalta que as empresas envolvidas ainda não querem aparecer porque o estudo está em fase embrionária.

Empresas ainda negociam terreno

Os empresários também aguardam o desenrolar da negociação com o atual dono do terreno, uma área privada de mais de 1 milhão de metros quadrados, anexa ao porto público.

Cresce o interesse por Imbituba. Este não é o único investimento em estudo. Tanto que o município, em ano de crise, terá crescimento de 20% em função das obras. Apenas no porto houve aporte de R$ 80 milhões. Além disso, há muita especulação imobiliária, com a valorização de terrenos destaca Martins.


Por Diário Catarinense/SIMONE KAFRUNI

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