Durante a faculdade, lembro claramente de uma aula de finanças em que o professor explicava os sofisticados mecanismos utilizados pelas empresas para captar recursos e operar no mercado financeiro. Durante a explanação, fiz uma pergunta:
- As organizações não estão deixando seu negócio principal de lado para se concentrar apenas em ganhar dinheiro com operações financeiras?
A resposta foi, como esperado, negativa.
Mas como vimos recentemente, várias companhias foram afetadas por movimentações de risco, que frente à valorização cambial causaram grande prejuízo, tanto ao seu caixa como à sua imagem. Ou seja, em minha opinião a pergunta que fiz ao meu professor continua em aberto.
Estas lembranças servem para discutir o futuro das organizações. Uma vez que a especulação financeira se mostrou um mau negócio, o "mercado real" volta a emergir como solução para a recuperação econômica.
Os bens tangíveis voltam a ser um dos alicerces da economia. O foco das empresas estará em seus produtos e serviços, porém em um contexto de consumidores cautelosos frente às incertezas macro-econômicas.
Mas isto significa também uma oportunidade para empresas e operadores logísticos, uma vez que as operações precisarão estar embasadas em sistemas eficazes que garantam a competitividade frente aos concorrentes em um cenário de escassez de clientes. E atualmente, poucas atividades conferem vantagem comercial tão grande quanto à logística.
Além disso, apesar da diminuição dos recursos disponíveis, as incertezas quanto aos produtos financeiros poderá levar a novos investimentos em áreas como infra-estrutura e logística, que tem grande potencial de crescimento e de retorno.
Ou seja, a passagem do tornado no mercado financeiro deixa uma semente com a esperança de novos tempos para quem acredita na economia real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário