Com a devida autorização do autor, reproduzo abaixo texto que julgo bastante pertinente para este momento de mudanças no cenário organizacional.
Agradeço especialmente ao Prof. Mauro por permitir o compartilhamento da sua opinião aqui neste espaço:
A Logística será o grande trunfo para as empresas em crise
As crises sempre desencadeiam um processo de depuração do mercado. Empresas que não está suficientemente ancorada nos fundamentos da boa gestão empresarial acabam sucumbindo.
O contrário é verdadeiro, isto é, empresas que são administradas de forma competente permanecem no mercado e acabam por incorporar os clientes dos seus concorrentes que fecharam as suas portas.
Quanto maior a crise, maior a necessidade de competitividade para obtenção da sobrevivência. Foi assim com a crise do petróleo no final da década de 60 e no início dos anos 70. Esta crise desestabilizou orçamentos de toda a sociedade, em razão do aumento do preço do petróleo.
Pagava-se muito mais pela energia, que é artigo de primeira necessidade. As empresas deveriam se adaptar rapidamente aos novos padrões de consumo e defender ou então ampliar o seu mercado. O uso de técnicas de marketing para obter os resultados desejados foi rapidamente incorporado às empresas e desde então faz parte indissociável do estudo nas academias e aplicação prática nas empresas.
A atual crise é tão ou mais impactante que a crise do petróleo em termos mundiais e como tal, as empresas que desejarem sobreviver devem lançar mão de novos métodos de gestão para se diferenciar das demais. Até então, fazer jogadas financeiras em fundos de derivativos, poderia dar mais resultados que a atividade do negócio da empresa, porém isto se mostrou nefasto para grandes empresas do país.
As perdas por estas “jogadas” foram astronômicas, a ponto de comprometer a vida dessas empresas. Como decorrência deste cenário, as empresas precisam se concentrar no seu negócio mais do que nunca e ainda buscar uma forma de diferenciar não só o seu produto, mas a sua gestão. Diferenciar a gestão, implica em inserir no contexto de cultura da empresa, métodos que garantam maior competitividade.
O ambiente está preparado e é propício para a adoção da filosofia de logística. Estou me referindo a verdadeira logística, aquela que possui método, técnica, modelo e ferramenta para sua implementação nas empresas e cadeias de suprimento.
Esta logística é diferente daquela que é muitas vezes ensinada em algumas escolas, pois o método é científico, as técnicas e modelos são baseados em lógica quantitativa e as ferramentas possuem uma lógica de algoritmo que ainda não faz parte da maioria dos pacotes computacionais de planejamento de operações.
O método é sistêmico, a técnica é de design de redes de processos, o modelo é de custo logístico total e a ferramenta é a de planejamento de recursos, porém sistêmico e geral em todo o fluxo do produto.
Se uma empresa deseja realmente sair da crise melhor do que entrou, precisa adotar a logística de forma plena e quanto mais rápido melhor, ou então será uma forte candidata a falência.
Mauro Roberto Schlüter
IPELOG
mauro@ipelog.com
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Um excelente ponto de vista...
segunda-feira, 16 de março de 2009
Videologística [2]
Apesar de estar em língua espanhola, este vídeo apresenta de maneira didática as implicações de um sistema de armazenagem no ambiente logístico, com ênfase na necessidade de planejamento e utilização de tecnologias avançadas para o bom funcionamento do sistema.
Em apenas cinco minutos é possível entender aspectos gerais relacionados aos armazéns, formando conhecimento básico que serve de alicerce para um eventual aprofundamento de estudos na área.
sábado, 7 de março de 2009
Em obras
Quem acompanha o blog sabe que devido ao mestrado estou trafegando todas as semanas pela BR 282, entre as cidades de Alfredo Wagner e Palhoça.
As fotos deste post são das obras de recuperação da rodovia e contenção de encostas na altura do município de Águas Mornas. Este trecho foi seriamente afetado pelas enchentes de Novembro/2008. Ainda há muito que ser feito para que a rodovia esteja totalmente recuperada, porém é visível que as melhorias são inconstestáveis.
Sou testemunha do grande trabalho que está sendo feito não só para sanar os problemas existentes, mas também para minimizar os impactos de uma nova catástrofe. Espero, e acredito, que este trabalho irá, quando concluído, beneficiar os usuários da rodovia, facilitando o deslocamento e melhorando a trafegabilidade nos trechos comprometidos pelas chuvas.
Como ressalva, apenas o fato da falta de cuidado com os cones de sinalização dos trechos em obras, pois estes com frequência se soltam e ficam no meio da pista, o que pode ocasionar graves acidentes.
E em tempo: Vale registrar ainda que na mesma rodovia, nos municípios de Alfredo Wagner e Rancho Queimado, ouve recentemente uma operação "tapa-buracos" que não surtiu o efeito desejado, pois o asfalto colocado nos locais mais críticos está completamente solto, formando uma brita que é lançada para trás e na pista contrária, o que também é um potencial risco para quem dirige pelo local...
sexta-feira, 6 de março de 2009
Yes, we are Brazil
O motivo é uma notícia sobre a privatização dos aeroportos no Brasil. Quem acompanha o blog sabe que o tema já foi tratado no post Privatizar ou não privatizar (II).
Apesar de defensor das privatizações como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados aos usuários, escrevi, no último parágrafo do comentário anterior citado, o seguinte: "Porém lembro que por enquanto apenas cogita-se a possibilidade de privatizar, ou seja, até que algo prático efetivamente ocorra, um longo tempo irá transcorrer, aliás, bem no ritmo comum às atividades do estado, e na velocidade contrária que os profissinais de logística precisam.". Então, nem tão surpreso assim fiquei quando li a notícia que reproduzirei no final deste post.
Vale destacar que a afirmação do título da matéria é baseada em "pistas" sobre uma tendência de abandonar a ideia da privatização dos aeroportos, como uma leitura atenta mostrará, mas se confirmada a decisão, entendo que surge no horizonte um cenário sombrio para o transporte aéreo do país, com as piores consequências se concretizando durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014, evento que já podemos considerar de médio prazo.
Além, é claro, das implicações para usuários atuais do sistema, que continuarão sofrendo com serviços que, em várias situações, deixam muito a desejar.
E apesar da clara intenção de "abortar" a privatização, fiz uma rápida pesquisa e não encontrei nenhum tipo de material sobre ações para aprimorar significativamente a infra-estrutura aeroportuário nacional enquanto o serviço estiver sob gestão pública (como disse, foi uma rápida pesquisa, me aprofundarei assim que possível, e havendo novidades, comentarei). A única menção é a sugestão de abrir o capital da Infraero, o que resultaria em capital para investimentos, porém a longo prazo. Ou seja, abandona-se uma proposta e não é construída uma alternativa.
Uma enquete realizada no blog também demonstrou que a grande maioria dos leitores é favorável à privatização dos aeroportos, porém, parece que mais uma vez, no Brasil, muito é prometido (a melhoria daa infra-estrutura de trasnportes é elemento essencial para a escolha do país sede da copa do mundo, por exemplo), e pouco de fato é realizado.
E diante disto: alguém ainda acredita na construção do trem expresso entre São Paulo e Rio de Janeiro?
Segue a matéria:
Governo desiste de privatizar aeroportos brasileiros
Também está adiada a discussão sobre a construção do terceiro aeroporto em São Paulo
O governo abandonou a promessa de privatização da Infraero e dos aeroportos brasileiros. Sinas da mudança de rumo foram dados ontem na cerimônia de anúncio de contratação de uma consultoria, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para realizar estudos técnicos para a reestruturação da Infraero - Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária.
A previsão de conclusão dos estudos, que poderia levar à possibilidade de abertura do capital da Infraero, é maio do ano que vem, quando a campanha eleitoral pela sucessão no Planalto estará nas ruas. Com isso, está adiada também a ideia de fazer concessões dos aeroportos de Viracopos, em Campinas, e Galeão, no Rio de Janeiro, como havia anunciado o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e pressionava o governador fluminense, Sérgio Cabral.
Também está fora da discussão, neste momento, a construção do terceiro aeroporto em São Paulo. Em entrevista, o presidente da Infraero, brigadeiro Cleonilson Nicácio Silva, assegurou que "não haverá privatização" da empresa.
— O que se está pensando é na abertura de capital da empresa — mas ressalvou que "é num futuro, mais a longo prazo".
O brigadeiro Nicácio acentuou ainda que a Infraero tem capacidade de administrar perfeitamente todos os 67 aeroportos, "com a maior competência" porque é hoje "uma das mais eficientes empresas de administração de aeroportos do mundo", conseguindo superação em relação ao Charles de Gaulle, em Paris, entre outros. O brigadeiro disse ainda que "o desejo da empresa é se transformar em companhia de economia mista, dentro dos padrões mais modernos de governança corporativa atualizadas com o mercado, e qual é a capacidade de captação, só o BNDES vai nos dizer lá na frente". Há dois anos a abertura de capital da Infraero vem sendo objeto de discussão.
Paralelamente a isso, entrou na pauta, principalmente por pressão do governador do Rio, Sérgio Cabral, a concessão ou privatização do aeroporto do Galeão. O governo federal, então, incluiu Viracopos, de Campinas, neste projeto. Essa polêmica custou a demissão do ex-presidente da empresa Sérgio Gaudenzi, que alegava que era contra privatizar aeroportos rentáveis.
O novo presidente da Infraero, brigadeiro Nicácio, assumiu o cargo, no entanto, sem polemizar publicamente, mas trabalhando nos bastidores contra a proposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Livro do mês [8]

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Videologística [1]
A "vídeologística" vai apresentar, em conteúdo multimídia, assuntos relevantes sobre logística, visando ampliar a compreensão sobre o tema.
O primeiro vídeo atende a um objetivo já mencionado aqui, que é direcionar ao menos uma parte dos conteúdos no caminho de uma visão "pedagógica" ou "acadêmica" da logística. Esclarecendo dúvidas sobre o tema e fazendo-o área de interesse por estudantes e profissionais em geral.
Neste mesmo sentido, um dos primeiros textos que publiquei aqui, O Profissional de Logística, é até hoje o mais comentado do blog, principalmente em vários e-mails que recebo pedindo informações adicionais sobre o tema.
Por tudo isso, o primeiro conteúdo desta nova série é um pequeno vídeo do youtube (2 minutos) que retrata, de forma sucinta, porém objetiva e de fácil entendimento, o que é ser um profissional de logística.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Mudanças no transporte coletivo em SC
Empresas de transporte de Santa Catarina passarão por sistema de concorrência
Agência que regulamenta setor entende que as atuais concessões estão vencidas
O transporte interestadual de passageiros em Santa Catarina poderá sofrer mudanças a partir do ano que vem. As 141 ligações que partem do Estado para outras regiões do país farão parte de uma concorrência pública nacional de concessão prevista para ser aberta em junho. É a primeira vez que o governo federal fará esse tipo de contratação por disputa. O valor da tarifa será a principal regra.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) entende que as atuais concessões para o transporte estão vencidas. As empresas que já operam deverão candidatar-se à continuidade do serviço. A intenção do governo é qualificar a área e intensificar o controle do sistema. A redução no valor da passagem está entre as expectativas, o que já provoca reações das empresas. Mas também serão levados em conta a frota de veículos, capacitação de motoristas e satisfação de usuários.
As 141 ligações de Santa Catarina que serão ofertadas têm mais de 75 quilômetros de distância entre as cidades. Há expectativa de que as novas concessões reduzam os acidentes. Santa Catarina liderou pesquisa nacional do Ministério da Saúde como o Estado com maior número de mortes no trânsito.
— A melhoria pode acontecer também com o controle maior que teremos sobre a frota de ônibus, que não deve ter mais de 10 anos, e a fiscalização sobre os ônibus piratas (clandestinos), de fretamento e turismo que estão irregulares — disse nesta sexta-feira em Florianópolis a superintendente de serviços de transporte de passageiros da ANTT, Sonia Haddad.
Deter prepara estudo em parceria com UFSC
A Capital sediou a reunião regional do Sul do país da ANTT com empresários do setor, órgãos estaduais e sindicatos da categoria. O presidente interino do Departamento Estadual de Transportes e Terminais (Deter), Tufi Michreff, disse que o órgão está finalizando um estudo em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para abrir a concorrência de quase mil linhas intermunicipais, pois essas concessões também venceram.
O presidente lembrou que as empresas estão em dificuldade e a inadimplência com o Estado cresceu. Só com a enchente do ano passado, calculou, as empresas tiveram prejuízo de R$ 10 milhões.
Dificilmente as empresas vão aceitar a redução da tarifa. Renan Chieppe, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), disse que isso poderia trazer consequências gerais como a qualidade do serviço.
Já há algum tempo não sou usuário regular de transporte coletivo, todavia, lembro-me bem da precariedade deste tipo de serviço quando precisei dele (com algumas honrosas exceções). Através de consultas a pessoas que ainda se valem deste meio de transporte, percebo que a situação não mudou muito.
Um exemplo pessoal ilustra bem a situação. No meu deslocamento à Florianópolis para o mestrado, rodo cerca de 460 Km (ida e volta). Meu carro consegue, com álcool, uma média de 9,5 Km/l, a um custo médio de R$ 1,67 / litro de álcool (o custo é médio porque na minha cidade pago R$ 1,79 o litro, enquanto na viagem consigo abastecer até por R$ 1,55 / litro). Fazendo as contas, gasto aproximadamente R$ 81,00 por viagem em combustível.
Consultando o valor da passagem rodoviária de Rio do Sul à Florianópolis (distância um pouco inferior a 200 km, ou 400 Km ida e volta), o preço por viagem gira em torno de R$ 40,00. Ou seja, considerando ida e volta o custo da viagem de ônibus equivale ao de combustível para me deslocar de automóvel.
Sim, há as demais despesas com a manutenção do veículo, desgaste, etc. Mas de ônibus ainda teria que ir e voltar da cidade de Rio do Sul (viagem cerca de 35 Km - 70 Km no total), encontrar e pagar por um local de estacionamento. Em Florianópolis, teria ainda que pagar táxi ou ônibus do terminal rodoviário até chegar à UDESC, onde estudo.
Além disso, ficaria dependente dos horários de ônibus, nem sempre confiáveis (isso sem mencionar o serviço precário, com veículos muitas vezes mal conservados, sujos e velhos), enquanto com meu automóvel posso viajar controlando melhor o tempo de deslocamento, os pontos de parada, etc.
Em resumo, não compensa, no meu caso e ao preço atual, o deslocamento por transporte coletivo.
Até que ponto análises como esta ajudam a explicar o grande número de veículos trafegando nas rodovias, tendo como consequência a elevação do número de acidentes, da poluição, etc?
Particulamente entendo que há uma relação direta entre a qualidade dos serviços de transporte e o volume de veículos em trânsito.
Por isso, mesmo entendendo a posição das empresas de transporte coletivo, acho extremamente válida a decisão de rever as concessões no estado de Santa Catarina.
Precisamos melhorar as condições de utilização deste serviço, oferecendo preços justos e serviços de qualidade, pois hoje, em meu ponto de vista, não desfrutamos de nenhum destes benefícios...
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Livro do mês [7]

O livro: Gestão de logística, distribuição e trade marketing é um excelente guia para a compreensão da logística e de seus reflexos no dia-a-dia das organizações.
Escrito por professores da Fundação Getúlio Vargas, ele apresenta didaticamente e através de exemplos claros, os principais tópicos relacionados à logística, incluindo seus impactos na economia atual, os conceitos básicos sobre o tema, a aplicação das tecnologias da informação na logística, os canais de distribuição e o trade marketing.
De leitura leve, pode servir como livro introdutório a quem não está familiarizado sobre o tema, mas deseja (ou necessita) entende-lo.
Neste sentido, o livro é uma grande contribuição para o estudo da logística do Brasil, pois consegue sintetizar os conteúdos mais importantes da área e apresentá-los de forma acessível a todos, permitindo ainda também ser utilizado em cursos das área.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Novidades sobre o blog
Resultado da Enquete
Os resultados foram os seguintes:
Melhorar a infra-estrutura rodoviária: 40%
Ampliar os aeroportos: 15%
Modernizar os portos:10%
Incentivar o transporte multimodal: 35%
Analisar estes resultados é um esforço interessante. A opção por "melhorar a infra-estrutura rodoviária" foi a mais votada, o que, em minha opinião, reflete a preocupação do público deste blog -na maioria profissionais ou estudantes de logística - com as condições do mais importante modal da matriz de transportes brasileiras.
É importante ressaltar que cerca de 60% da movimentação logística do Brasil acontece no modal rodoviário, logo, qualquer prejuízo às rodovias podem trazer consequências graves ao país, principalmente no aspecto econômico.
A saída que se impõe para atender este objetivo é a privatização das rodovias, visto que é notória a incapacidade pública de investir fortemente na área. O tema privatizações já foi abordado aqui, e certamente será retomado em algum momento.
Outro destaque da pesquisa foi a grande preocupação com o transporte multimodal, o que demonstra a qualificação dos leitores do blog, que conhecem bem esta alternativa, ainda misteriosa para o público em geral, mas tida como esperança de melhoria pelos profissionais da área.
O transporte multimodal também merecerá um post a parte em breve.