quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Triste...

A situação é caótica em SC. A chuva que já dura dois meses ficou mais forte na última semana e provocou desastres em grande parte do estado, sobretudo no litoral norte e vale do Itajaí.

Algumas regiões estão isoladas, as principais rodovias do estado estão parcialmente interditadas e não há possibilidade de deslocamento por terra em muitos casos. A capital, Florianópolis, está inacessível a partir do vale do Itajaí, por exemplo.

Neste momento, a grande preocupação é ajudar os desabrigados. Quase todas as empresas e entidades estão coletando donativos e destinando para quem necessita. A mobilização social é impressionante.

Porém, quando a situação estiver normalizada, os estragos passarão a ser analisados e ficarão expostos os problemas causados à infra-estrutura logística do estado, totalmente dependente do transporte rodoviário para escoar a produção interna, e que tem no castigado porto de Itajaí seu principal ponto de embarque para o exterior.

É necessário que os recursos anunciados para a recuperação da malha viária e do porto sejam rapidamente liberados, e que a aplicação deste dinheiro siga critérios técnicos priorizando os pontos críticos, visando minimizar os impactos da tragédia na economia e permitindo que o povo do estado possa retomar suas atividades, reconstruindo sua vida da maneira que sabe fazer melhor: trabalhando.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Brasil e Portugal - muito além das caravelas

As competições esportivas proporcionam um campo de trabalho extremamente promissor para quem se interessa pela logística.

A notícia a seguir, extraída de um site de Portugal, dá uma idéia da dimensão desta afirmação:

Brasil-Portugal: quatro aviões fretados, 700 mil euros de logística

Para a organização do jogo particular entre o Brasil e Portugal, marcado para 19 de Novembro, foi preciso investir 700 mil euros em logística. A verba, a cargo dos promotores da partida, inclui os gastos com os quatro aviões que foram fretados e as reservas em quatro hotéis.


Os jogadores portugueses viajam para Brasília, palco do jogo, na próxima segunda-feira, num dos quatro A340 da TAP. A escolha do modelo fica a dever-se aos 36 lugares de classe executiva, que rebatem 180 graus, algo que é considerado fundamental para o repouso dos jogadores, já que a viagem dura cerca de nove horas.

Os jogadores lusos terão a companhia de alguns internacionais brasileiros. «Em princípio, dos 23 convocados por Dunga, 18 actuam na Europa e grande parte deles viaja com Portugal», explicou Miguel Macedo, agente FIFA promotor do encontro, à Agência Lusa. Kaká, Alexandre Pato e Maicon, por exemplo, devem chegar a Lisboa por volta das 14h, e depois esperam na sala VIP do aeroporto até à hora do voo para Brasília.

Depois, já na capital brasileira, há que ter em conta a utilização de quatro hotéis. A selecção portuguesa vai ficar no Kubitschek Plaza, de cinco estrelas. Depois está reservada uma outra unidade hoteleira para a selecção da casa, outra para a equipa de arbitragem, liderada pelo uruguaio Jorge Larrionda, e ainda outra para os convidados.

Após o jogo, que segundo o promotor está definitivamente marcado para as 22h locais (meia-noite em Lisboa, já no dia 20), vão ser utilizados mais três aviões. Primeiro os jogadores seguem para Lisboa (chegada ao meio-dia de dia 20), e depois há duas rotas já reservadas: uma ligação a Milão e outra que segue para Londres e Manchester, as cidades dos clubes que mais jogadores cedem.

Planejar e executar toda esta operação requer pessoas capacitadas, que possam antever todas as necessidades das equipes e dispor os recursos necessários no tempo certo.

Como exemplo, basta lembrar que o texto concentrou-se apenas no transporte internacional e na hospedagem, mas que para realizar uma partida como esta é necessário ainda providenciar translados aerorporto-hotel-estádio-hotel-aeroporto para todos os envolvidos, disponibilizar lugares para os convidados e organizar todo o material esportivo que será utilizado pelos atletas, comissões técnias e equipe de arbitragem.

Alguém se habilita?

Transporte urbano: ações sociais e públicas

Neste endereço é possível assistir uma interessante entrevista com o professor de logística Paulo Resende, que fala sobre os custos decorrentes dos problemas de trânsito existentes nas grandes metrópoles brasileiras, e de alternativas para resolver a situação.

Ele cita, com propriedade, que a utilização de transporte coletivo seria a solução mais adequada para descongestionar as vias urbanas e facilitar o deslocamento das pessoas dentro das cidades, ressalvando que, para isso ocorrer, mais do que investimentos públicos e privados, há necessidade de mudança da cultura predominante hoje na maioria dos grupos sociais brasileiros, onde deslocar-se de automóvel é sinal de status e independência, enquanto que utilizar transporte coletivo representa inferioridade.

Por mais dura que possa parecer, esta observação é pertinente e verdadeira. E talvez neste ponto resida o grande desafio a ser superado, pois se obras e melhorias estruturais já são de difícil realização, modificar a cultura de um grupo é uma atividade ainda mais complexa e desafiadora, e que exige muito tempo para que possa ocorrer, talvez até mesmo mais que uma geração.

Outro ponto que merece destaque é a proposta de pedágio urbano, ou "taxa de congestionamento", como é defendida pelo professor.

Trata-se de uma medida polêmica, porém eficiente e capaz de oferecer resultados positivos. Aliás, quando recursos de pedágio são aplicados adequadamente, esta forma de cobrança pelo uso de vias torna-se melhor para todos, seja o governo que repassa a manutenção à inicitiava privada, a concessionária que aufere lucro pelo seu trabalho e o usuário que utiliza estradas seguras e de qualidade.

Porém, devemos lembrar que no Brasil há cobrança de uma carga tributária altíssima, sem o recebimento de serviços que justifiquem os valores pagos. Este é o principal obstáculo a adoção de propostas como o pedágio urbano, pois hoje pagamos por benefícios que não são ofertados adequadamente, e qualquer novo valor que se proponha para melhorar a situação gera revolta e descontentamento.

Assim, caberia uma alternativa para viabilizar o modelo, que seria a redução dos tribuitos hoje incidentes aos proprietários de veículos, como por exemplo o IPVA e os impostos sobre combustíveis, de forma a compensar quem paga tarifas diretas como o pedágio e a sugerida "taxa de congestionamento" quando utiliza uma via de transporte.

A adoção de uma política de reciprocidade como esta facilitaria muito a aceitação de novos modelos de cobrança ao usuário, trazendo a vantagem de destinar o recurso diretamente para a finalidade pela qual ele foi cobrado, e possibilitando ainda que os gestores (públicos ou privados) disponham de orçamento para manter a qualidade dos serviços que prestam, dando um retorno justo a quem pagou por eles.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Cabotagem - uma alternativa


Uma notícia chamou a atenção hoje:

Log-In fecha maior contrato da história da cabotagem brasileira

O FMM (Fundo da Marinha Mercante) aprovou prioridade à Log-In Logística Intermodal para o financiamento de até 90% do valor da construção de dois navios graneleiros, que terão capacidade para 80 mil toneladas.

O valor total disponibilizado pelo Fundo é de US$ 167,9 milhões. Os navios serão construídos em estaleiro nacional, ainda a ser definido.

Maior negócio na história da cabotagem no Brasil, o contrato de US$ 1 bilhão prevê a movimentação de cerca de 6 milhões de toneladas de minério de bauxita por ano, por um período de 20 anos, podendo ser estendido por mais cinco. O início das operações está previsto para 2010.

As duas embarcações farão serviço dedicado para a Alunorte no transporte de cabotagem de minério de bauxita a granel, produzido pela MRN (Mineração Rio do Norte). As viagens serão consecutivas entre o Porto Trombetas e o Porto de Vila do Conde, ambos no estado do Pará.

“Este projeto faz parte da estratégia da Log-In de desenvolver soluções especializadas para logística de cargas na cabotagem brasileira, mediante contratos de longo prazo”, afirma Mauro Dias, diretor-presidente da Log-In.

A Cabotagem, que é a navegação realizada entre portos pelo litoral do país, poderia ser uma alternativa interessante para aprimorar a ainda problemática infra-estrutura logística nacional.

A costa do Brasil tem 7.367 Km de extensão e é dotada de dezenas de portos. Além disso, grande parte da economia brasileira está concentrada em cidade relativamente próximas do litoral.

Aliás, considerado estas características, é até estranho pensar que a cabotagem é tão pouco explorada por aqui. Já deveríamos, há muito tempo, utilizar esta forma de transporte para realizar movimentações de longa distância, visto que os custos de operação poderiam ser inferiores ao modal rodoviário, ainda o mais utilizado em nosso país.

Divulgar a cabotagem no meio empresarial e incentivar as empresas que prestam o serviço a investir são exemplos de passos que permitiriam um melhor aproveitamento da costa brasileira, migrando nossa matriz de transporte para uma alternativia economicamente mais adequada.

Desta forma, teríamos um conjunto de ações focadas em um objetivo comum, e não apenas atitiudes isoladas como a mostrada na notícia em destaque.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Resultado da enquete

A enquete sobre a privatização dos aerorportos brasileiros teve o seguinte resultado:

Favoráveis à privatização: 82%
Contrários à privatização: 18%


Já está no ar nova enquete sobre o serviço do Correios.